Será assim tão fácil colocar em ação esta frase que nos é tão familiar?
A procrastinação, para além de ser uma palavra de difícil pronunciação, é um fenómeno universal, que se aplica a pais e a filhos. Trata-se do diferimento ou adiamento de uma ação, causando, simultaneamente, um sentimento de culpa.
Quase todos nós já evitámos realizar alguma tarefa. No entanto, caso este fenómeno se verifique com muita frequência, irá acabar por desperdiçar tempo e energia, impedindo o funcionamento normal das ações.
Este fenómeno é apontado como uma das principais causas de insucesso escolar e laboral, bem como de sofrimento e conflito interno.
Antes de prosseguir, sugiro que faça um pequeno exercício. Não se esqueça de partilhar e realizar este exercício em conjunto com os seus filhos, caso verifique o adiamento de uma tarefa por parte dos mesmos. Em primeiro lugar, escreva num local visível algo sobre o qual tem andado a procrastinar. Em vez de ser vago, escolha algo objectivo (por exemplo, “redigir uma composição com 15 linhas até sexta-feira”). Agora que já tem o objecto da procrastinação escrito à sua frente, divida o resto da folha em duas colunas. De um lado, escreva uma lista de vantagens face ao adiar a realização dessa tarefa (por exemplo, “posso ver um filme em vez de ir escrever”). Agora, pense nas desvantagens de procrastinar e escreva-as na outra coluna (por exemplo, “vou-me sentir culpado” ou “depois vou estar a escrever apressadamente”). Com a realização deste exercício, deve ter percebido que o adiamento à realização de uma determinada tarefa se relaciona com a perceção sobre as suas vantagens e desvantagens. Possivelmente até redigiu mais vantagens do que desvantagens, o que nos leva a outro componente da procrastinação – o reforço.
No fundo, o ganho com o comportamento de procrastinar é imediato, pois funciona como uma sensação de relaxamento e alívio (por exemplo, “não vou ter de pensar naquela composição”). No entanto, este comportamento conduz a culpa, tristeza, angústia e, a longo prazo, a sintomatologia depressiva. Neste caso, o reforço imediato é uma rasteira.
Como vencer a procrastinação?
Em primeiro lugar, é fundamental proceder ao planeamento da data de início de realização da tarefa e do seu prazo final. Adicionalmente, pensar (e escrever) os possíveis obstáculos que podem surgir como impedimento à realização da tarefa no período definido. Simultaneamente, deve pensar em possíveis soluções para esses problemas.
Ao definir as metas a atingir, deve criar uma hierarquia de prioridade e estas devem ser modestas, realistas e objectivas, ao invés de vagas e grandiosas. Se necessário divida a meta ou objectivo final em vários objectivos mais pequenos.
Por fim, não se sabote a si próprio, nem aos que o rodeiam. Quando pensa no que tem para fazer e no que precisa realmente de fazer, envolve-se num diálogo interno consigo próprio. De forma a prevenir a procrastinação, faça um esforço por intervir nesse diálogo interno de forma racional, encorajando-se a si próprio. O mesmo se aplica aos outros, pois ao encorajá-los está a intervir no seu diálogo interno. Assim, não adie nem evite o encorajar e reforçar do esforço dos seus filhos na concretização de pequenos passos ou tarefas.
E agora? Agora que já tem algumas estratégias em seu poder e se encontra mais consciencializado para o problema, mãos à obra. As mudanças que verá no seu comportamento serão uma ajuda para atingir os seus objectivos.
Sara Frade
Psicóloga/Educadora ESCOLA DE PAIS/BestKIDS&Teens
A procrastinação, para além de ser uma palavra de difícil pronunciação, é um fenómeno universal, que se aplica a pais e a filhos. Trata-se do diferimento ou adiamento de uma ação, causando, simultaneamente, um sentimento de culpa.
Quase todos nós já evitámos realizar alguma tarefa. No entanto, caso este fenómeno se verifique com muita frequência, irá acabar por desperdiçar tempo e energia, impedindo o funcionamento normal das ações.
Este fenómeno é apontado como uma das principais causas de insucesso escolar e laboral, bem como de sofrimento e conflito interno.
Antes de prosseguir, sugiro que faça um pequeno exercício. Não se esqueça de partilhar e realizar este exercício em conjunto com os seus filhos, caso verifique o adiamento de uma tarefa por parte dos mesmos. Em primeiro lugar, escreva num local visível algo sobre o qual tem andado a procrastinar. Em vez de ser vago, escolha algo objectivo (por exemplo, “redigir uma composição com 15 linhas até sexta-feira”). Agora que já tem o objecto da procrastinação escrito à sua frente, divida o resto da folha em duas colunas. De um lado, escreva uma lista de vantagens face ao adiar a realização dessa tarefa (por exemplo, “posso ver um filme em vez de ir escrever”). Agora, pense nas desvantagens de procrastinar e escreva-as na outra coluna (por exemplo, “vou-me sentir culpado” ou “depois vou estar a escrever apressadamente”). Com a realização deste exercício, deve ter percebido que o adiamento à realização de uma determinada tarefa se relaciona com a perceção sobre as suas vantagens e desvantagens. Possivelmente até redigiu mais vantagens do que desvantagens, o que nos leva a outro componente da procrastinação – o reforço.
No fundo, o ganho com o comportamento de procrastinar é imediato, pois funciona como uma sensação de relaxamento e alívio (por exemplo, “não vou ter de pensar naquela composição”). No entanto, este comportamento conduz a culpa, tristeza, angústia e, a longo prazo, a sintomatologia depressiva. Neste caso, o reforço imediato é uma rasteira.
Como vencer a procrastinação?
Em primeiro lugar, é fundamental proceder ao planeamento da data de início de realização da tarefa e do seu prazo final. Adicionalmente, pensar (e escrever) os possíveis obstáculos que podem surgir como impedimento à realização da tarefa no período definido. Simultaneamente, deve pensar em possíveis soluções para esses problemas.
Ao definir as metas a atingir, deve criar uma hierarquia de prioridade e estas devem ser modestas, realistas e objectivas, ao invés de vagas e grandiosas. Se necessário divida a meta ou objectivo final em vários objectivos mais pequenos.
Por fim, não se sabote a si próprio, nem aos que o rodeiam. Quando pensa no que tem para fazer e no que precisa realmente de fazer, envolve-se num diálogo interno consigo próprio. De forma a prevenir a procrastinação, faça um esforço por intervir nesse diálogo interno de forma racional, encorajando-se a si próprio. O mesmo se aplica aos outros, pois ao encorajá-los está a intervir no seu diálogo interno. Assim, não adie nem evite o encorajar e reforçar do esforço dos seus filhos na concretização de pequenos passos ou tarefas.
E agora? Agora que já tem algumas estratégias em seu poder e se encontra mais consciencializado para o problema, mãos à obra. As mudanças que verá no seu comportamento serão uma ajuda para atingir os seus objectivos.
Sara Frade
Psicóloga/Educadora ESCOLA DE PAIS/BestKIDS&Teens